quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Semana de Computação: setor de TI precisa investir em formação para atender demanda

Com as facilidades de acesso remoto existentes hoje, um termo bastante conhecido no mercado de trabalho é o “home office”, usado quando o profissional não precisa ir ao escritório e faz seu serviço de casa. Outro expediente, menos usual no Brasil, é o off shore, quando o empregado mora em um país diferente da empresa. No universo de Tecnologia da Informação, um exemplo é a Índia, que tem programadores prestando serviço para companhias de todo o mundo.

Para debater temas ligados a essa nova realidade profissional, estudantes e professores da área de Tecnologia da Informação (TI) da Universidade Estadual do Ceará (Uece) e de outras instituições se reuniram, na semana passada, durante a Semana da Computação (Secomp 2010). Segundo o professor Jerffeson Teixeira, organizador do evento, um dos objetivos é formar, a médio prazo, uma “massa crítica” no estado para enxergar as oportunidades que surgem cotidianamente no mercado de trabalho e ligar os estudantes a elas.


Ele cita outro exemplo de possibilidades nas redes sociais. Embora o ambiente de TI já esteja repleto delas, cada uma com suas especificidades, ainda há muito o que explorar, na avaliação de Jerffeson. “O modelo não está esgotado. Novas redes podem surgir”, diz. Outra área em que ainda muito a desenvolver, segundo ele, é o setor de jogos eletrônicos. A Secomp, inclusive, contou com o apoio de uma empresa de games, de olho no potencial dos estudantes.

De acordo com os organizadores do encontro, o Brasil ocupa, hoje, a oitava posição no ranking mundial de mercado interno de TI. E esse mercado registra crescimento tanto em momentos de expansão econômica como de crise. Por isso, a demanda por desenvolvedores de aplicações tende a continuar alta. O desafio é conseguir formar profissionais capacitados para aproveitar todas essas oportunidades.

De acordo com o presidente da Funcap, Tarcísio Pequeno, que fez a palestra de abertura da Secomp, uma das principais deficiências da área de TI do estado, hoje, é o pouco número de doutores. O setor precisa do triplo do que tem hoje, afirma. Ele lembra também que o Brasil obteve um crescimento significativo no número de trabalhos científicos nos últimos anos e hoje é o 13º do mundo. Mas no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), ele ocupa uma posição bem mais modesta: é o 73º. Isso é um reflexo, na sua avaliação, de que o país não está transformando o conhecimento em bem-estar para a população.

Tarcísio Pequeno lembra que o mais importante para o país, depois de conquistada uma posição de destaque no ranking de produção científica, é garantir a sustentabilidade dessa colocação. Para isso, defende, deve haver mais investimento em educação, principalmente nas disciplinas básicas. No caso do setor de TI, ele destaca a importância do estudo de disciplinas como Matemática e Lógica, que formam a base do conhecimento e capacitam os alunos para aprender qualquer ferramenta de trabalho com mais facilidade. 

A semana de computação da Uece foi uma promoção do curso de Ciências da Computação, através do Programa de Educação Tutorial (PET).

Fonte: Funcap.

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